domingo, 5 de dezembro de 2010

Odisseia instrospectiva.

Enquanto o vento me toca na densidade intumescida da noite eu revelo o horror de meus segredos.
Melhor a rejeição declarada a um desamor quieto, saudade escorrendo, enfeitada a um presente.
Em noites exclusivas à fúria tranco-me em banheiros imundos nos fundos dos depósitos por onde passo junto a meus amigos dados às rebeliões e antes que a garrafa caia de minha mão trêmula e bêbada eu choro como se teu nome me fosse uma obrigação ouvida no peito.
Nem mais me adianta lamber outras bocas, teu cheiro quente, hálito de fome em manhã de chuva, quando nos encontrávamos proibidamente, escondido de quem te desposara em um lar aquecido e talvez correto julgando o século, não me liberta as narinas - apesar de tua ausência pesada.
Lembro-me em pecado sobre seu nome biblicamente usado e em mim perdido como vida entregue às ruas onde se diz o que não pode ser dito, se consome o que estraga a saúde.