sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Indivisível.

Em selvageria o desejo de ter colo sobe ao alto de meu peito.
Descubro que quero ser pai -
ao meu filho -, tudo o que o meu não foi.


Com os olhos úmidos:
quero salvar minha mãe
de toda aquela solidão de mulher que sofreu.
A noite aparece silenciosa e não tenho em que me segurar.
Os fundos dos meus olhos estão quentes
da lava de lágrimas que nunca escorre.
Como perdoar-me pelo que sou?
Deus, o quanto quis semear algo
além de meus sonhos em névoa.
Esse café frio me dói no estômago.
Todos os dias quando acordo
eu vomito uma estrela de mil pontas.
Depois engulo as pedras cinzas da cidade.