Eu te amo um pouco
abaixo do sol, não me exijas muito.
Calado, sinto arfando
por meus poros tua fúria incessante.
Tua pele vermelha, teus
olhos quase verdes e teu cabelo preto
junto à barba velha de
não se cuidar.
Eu não sei onde, em
mim, te amo, mas te amo o máximo que posso.
Eu espero em ti uma
salvação que nem em Deus deveria esperar, Nele -
que tudo se espera -.
Te amo muito menos que a Deus, amo mais minha mãe que te amo,
Te amo muito menos que a Deus, amo mais minha mãe que te amo,
amo igualmente a ti e a
mim.
Eu não sei por onde te
dizer, mas eu me prometi nunca ser um monstro.
Eu te vejo como um monstro.
Eu te vejo como um monstro.
Eu te vejo como um
monstro.
Eu poderia cravar isso
mil vezes em mim.
Em um ano e meio de anonimato você me esconde se está vivo ou morreu.
Eu te amo antes da Terra, eu teria que te amar, não escapei, não quero escapar,
Em um ano e meio de anonimato você me esconde se está vivo ou morreu.
Eu te amo antes da Terra, eu teria que te amar, não escapei, não quero escapar,
mas se eu escapasse não
morreria tanto ao longo do dia.
Eu sou cinza, cinza,
cinza.
Eu digo eu mil vezes
para você me olhar.
Eu sinto o cheiro
ardido da tua pinga, teu copo de bar,
teu vinho seco que
poucas vezes vi e tuas roupas sempre sujas e repetidas.
Eu pensei em você em alguns dias de chuva.
Eu pensei em você em alguns dias de chuva.
Por que você escolheu
dormir na rua quando tinha um lar?
Pai, a noite é
perigosa, volte, por favor.
Eu não sou bom filho,
eu nasci no caminho errado,
eu cortaria meu pulso
agora para morrer se resolvesse.
Pai, a gengiva que você
machucou na minha mãe ainda dói na minha.
O soco é uma mão que
me persegue.
Pai, não suma desse
jeito,
mas não apareça porque temos um medo doido de você.
Eu estou cada vez mais
próximo ao que não sou para suportar tua falta.
Eu pago meu preço,
pai. Encontre o do sinhô.
Vamos ser um pouquinho
melhores, por amor,
esse amor de longe que
eu nem sei se você me tem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário