Estou deitado, encolhido,
no fundo dos teus olhos.
Ainda assim creio: não me vês.
Um instante de silêncio
neste mar profundo
poderia levar tudo
embora
sem pedir perdão.
Flutuo - desvinculo:
solidão é a enxada que bato contra o chão
mil vezes por dia debaixo do sol.
Um simples tocar na
rosa
e o mundo seria outro,
os espinhos não me
ferem;
as pétalas não me
atraem.
Quero capim e ranço.
Choro
escondendo o rosto
nos pelos de um cavalo gigante
e doente,
que nunca foi lavado.
Choro em teu peito
todas as noites
desde antes de te
conhecer.
Por isso irás embora.
Minha mão segurando a tua
impedirá
a circulação de teu sangue;
sugo-te, alimento-me de ti.
A
tirania ressurge.
Desconcentra-me.
Muitas
vezes por amor,
coisa torta
que nenhuma ciência
alcança
e
toda alma pede.
Sem nenhuma capacidade de violência,
entrego as armas.
Assisto o universo brincar
enquanto a âncora me
chama...
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