segunda-feira, 14 de abril de 2014

expulsão: súplica.

Estou deitado, encolhido,
no fundo dos teus olhos.
Ainda assim creio: não me vês.

Um instante de silêncio neste mar profundo
poderia levar tudo embora
sem pedir perdão.

Flutuo - desvinculo:
solidão é a enxada que bato contra o chão
mil vezes por dia debaixo do sol.

Um simples tocar na rosa
e o mundo seria outro,
os espinhos não me ferem;
as pétalas não me atraem.

Quero capim e ranço.
Choro
escondendo o rosto
nos pelos de um cavalo gigante
e doente,
que nunca foi lavado.

Choro em teu peito
todas as noites
desde antes de te conhecer.

Por isso irás embora.

Minha mão segurando a tua
impedirá
a circulação de teu sangue;
sugo-te, alimento-me de ti.

A tirania ressurge.

Desconcentra-me.

Muitas vezes por amor,

coisa torta

que nenhuma ciência alcança

e toda alma pede.

Sem nenhuma capacidade de violência,
entrego as armas.
Assisto o universo brincar
enquanto a âncora me chama...

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